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Friday, June 29, 2007

Na pista do dinheiro que foi parar nas mãos de Roriz

O Ministério Público do Distrito Federal está perto de descobrir a origem da bolada de R$ 2,3 milhões rateada entre o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) e "muita gente", segundo ele mesmo admitiu em conversa por telefone com o ex-presidente do Banco Regional de Brasília, Tarcísio Moura. A Polícia Civil grampeou a conversa (leia trechos aqui).



O dinheiro pode ter a ver com um negócio abençoado por Roriz e que envolveu, numa ponta, o empresário e ex-deputado distrital Wigberto Tartuce, e, na outra, Nenê Constantino, dono da GOL. Foi Constantino que entregou em março último a Roriz um cheque de R$ 2,3 milhões a ser sacado no Banco do Brasil. O cheque acabou sacado no Banco Regional de Brasília.



Amigo de Roriz, Nenê ficou devendo a ele a mudança da destinação do lote 6/1 do trecho 4 do Setor de Múltiplas Atividades Sul da Região Administrativa de Brasília. Em meados dos anos 90, o lote de 80 mil metros quadrados foi dado ao Banco Regional de Brasília como pagamento de uma dívida. Em seguida foi comprado por fundos locais de pensão.



No dia 11 de julho do ano passado, por R$ 15,2 milhões, o lote foi vendido à Alphaville Marketing Imobiliária, empresa de Tartuce. Que por sua vez o revendeu na semana passada à Aldebaran Investimentos Imobiliários. Preço da venda: R$ 45,8 milhões. Tartuce lucrou mais de 200% em menos de um ano. Mas onde Nenê entra nessa história?



A Aldebaran é dirigida por Hegel Morhy, também diretor da Antares Engenharia. E Nenê é um dos donos da Antares, segundo um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda citado há pouco em reportagem pelo DF 2a. Edição da TV Globo. Entre o dia em que Tartuce comprou o lote e o dia em que o vendeu à Aldebaran, criou-se uma lei para mudar a destinação do lote.



Na época deputado distrital, Tartuce e o o colega Gim Argelo, atual suplente de Roriz, cuidaram de convencer os demais deputados a aprovar o projeto de lei 162/2006 remetido à Camara pela governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB), que como vice sucedera Roriz no cargo. O projeto foi votado e aprovado por unanimidade pela Câmara no dia 28 de novembro.



Antes da aprovação do projeto, o lote só se prestava à exploração de comércio atacadista. Depois da aprovação passou a se prestar à instalação de bancos, hotéis, restaurantes e até serviços auxiliares de transporte aéreo.



Suspeita o Ministério Público que parte dos R$ 2,3 milhões repassados por Nenê a Roriz estava destinado a forrar os bolsos de desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Ali, no final do ano passado, Roriz escapou por pouco de ter impugnada sua diplomação como senador. Foi acusado de usar um órgão público para fazer propaganda de sua candidatura.



O julgamento arrastou-se por várias semanas. A certa altura, o placar estava 2 x 1 contra Roriz. Mas eis que um dos desembargadores que haviam votado contra ele mudou o voto. Roriz acabou absolvido por 4 x 2. A nova edição da VEJA contará a história de dois desembargadores que foram subornados por Roriz com parte do dinheiro que ele recebeu de Nenê. Noblat

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