Agronet

Tuesday, December 16, 2008

AGRONEGÓCIO AINDA ESPERA UMA RESPOSTA DO GOVERNO FEDERAL

Agronegócio ainda espera uma resposta do governo federal, diz Roberto Rodrigues Para o ex-ministro da Agricultura, não houve nenhuma ação do governo que minimizasse os efeito da crise no setor Ex-ministro Roberto Rodrigues Reunidos na Fiesp, nesta segunda-feira (15), empresários do agronegócio brasileiro chegaram a um consenso: a escassez do crédito, a falta de ações imediatas de políticas agrícolas e a dificuldade em adquirir financiamento via Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) foram os reflexos mais negativos da crise financeira internacional sentidos pelos produtores do setor, aliados à perspectiva negativa para segmento de grãos em 2008. O presidente do Conselho do Agronegócio (Cosag) da Fiesp, o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, observou que todas as áreas do setor ainda esperam uma resposta do governo federal e que as medidas já adotas pouco contribuíram para desafogar os produtores rurais.

"Enquanto não houver uma redução no custo do crédito e uma revisão tributária, o setor sentirá ainda mais os efeitos desta crise", argumentou Rodrigues, durante a reunião do Cosag. O ex-ministro mostrou-se preocupado com o setor de grãos, que já anunciou quedas que variam de 2,5%, para o setor de milho, a 32% em algodão, para as próximas safras. Mesmo diante das incertezas do mercado, Rodrigues disse que segue otimista em longo prazo, mas que está preocupado com a possibilidade de queda nos preços agrícolas. Em sua opinião, isso seria uma ?tragédia? para o agronegócio brasileiro. ?Não temos um horizonte que aponte para um avanço nos preços. Uma redução não é provável, mas não é impossível?, avaliou. Roberto Giannetti, da Abiec Cadeias produtivas O setor de carne bovina mostrou preocupação com os negócios externos, principalmente com seu principal importador, a Rússia, responsável por 38% das exportações do setor.

De acordo com o presidente da Associação das Indústrias Brasileira Exportadora de Carnes (Abiec), Roberto Giannetti da Fonseca, já há casos de inadimplência por parte dos importadores russos. Dados do setor apontam que no mês de novembro houve uma queda de US$ 65 milhões, comparado ao mesmo período do ano anterior. ?As vendas deste mês já foram afetadas pela crise, e para dezembro não será diferente?,afirmou Giannetti, que ainda assim mostrou-se contente com o desempenho do setor, que fechará o ano com vendas próximo de US$ 5,5 bilhões, meta da Abiec. Empresários, na reunião do Cosag Se o setor de carne bovina não sentiu fortemente os impactos da crise, o mesmo não aconteceu com o setor sucroenergético. Segundo avaliação do presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Única), Marcos Jank, a crise impactará nos grandes investimentos do setor iniciados em 2007 e 2008, e daqueles que irão entrar em vigor a partir de 2009.

Conforme a Unica, há 10 mil trabalhadores envolvidos nestes novos projetos. A entidade evitou falar em demissões. "Precisamos de apoio político para garantir liquidez de capital de giro para estoque e exportações", concluiu Jank. Fábio Rocha, Agência Indusnt Fiesp