Agronet

Friday, February 23, 2007

Lula adia, pela sexta vez, anúncio do ministério





Roosewelt Pinheiro/ABr

Lula conseguiu uma proeza: transformou o seu nome ministério numa coisa muito antiga. Nesta quinta-feira (22), o presidente adiou, uma vez mais, o anúncio de sua nova equipe. Agora, anuncia-se que os nomes só virão a público na segunda quinzena de março, depois da eleição do novo presidente do PMDB, marcada para 11 de março.

É o sexto adiamento. Depois de reeleito, no ano passado, Lula dissera que comporia o ministério até 15 de dezembro. Empurrou a encrenca para o Natal. Em seguida, jogou o assunto para depois da eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Eleitos Arlindo Chinaglia e Renan Calheiros, disse que só trataria da reforma ministerial após o Carnaval.

Há coisa de 15 dias, Lula admitiu que a novela poderia escorregar para março. Mas jurou ao PMDB que o nó seria desatado no comecinho do mês, antes da disputa Michel Temer X Nelson Jobim pelo controle do partido. Agora, em novo golpe de barriga, empurra o salseiro para depois da refrega peemedebista, agendada para 11 de março.

A nova postergação nasceu de um encontro de Lula com a direção do PSB. Foi provocada por uma manifestação de Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do partido. Campos perguntou explicitamente a Lula se ele iria esperar a definição da queda-de-braço do PMDB. E o presidente deu a entender que sim.

Embora convocado explicitamente para tratar do ministério, o encontro com o PSB não produziu uma mísera decisão. O partido disse a Lula que deseja manter as duas pastas que já estão sob seu controle: Integração Nacional e Ciência e Tecnologia. Lula não disse nem que sim nem que não. Ficou de conversar novamente com Eduardo Campos na semana que vem.

O presidente reafirmou o interesse em ter Ciro Gomes (PSB-CE) de volta à sua equipe. A comitiva socialista disse ao presidente que Ciro não quer. Comprometeram-se a voltar a conversar com o ex-ministro da Integração Nacional. Em privado, declaram que a decisão de Ciro de permanecer na Câmara parece irreversível.
Escrito por Josias de Souza

Saturday, February 10, 2007

Lula insinua que quer disputar 3º mandato em 2014

Lula quer aprovar no Congresso uma emenda que acabe com o instituto da reeleição. Acha que vai chegar a 2010 em condições de influir na própria sucessão. Rebate com veemência a especulação de que flertaria com a idéia de alterar a legislação apenas para poder concorrer a um terceiro mandato consecutivo. Mas admite claramente a hipótese de disputar eleições presidenciais, de novo, em 2014.

As opiniões do presidente foram recolhidas dos diálogos que ele manteve durante sua passagem pela festa de aniversário de 27 anos do PT. Lula aparentemente desejava que suas idéias viessem a público. Abriu-as a mais de uma pessoa. Embora tivesse falado em reserva, longe de jornalistas, sabia, por óbvio, que suas palavras não seriam guardadas em segredo.

Na opinião do presidente, se tiver juízo, o PT ainda pode firmar-se como alternativa presidencial em 2010. Mesmo sem que ele esteja no páreo. Mencionou alguns nomes. O repórter conseguiu recolher dois: Jaques Wagner, governador da Bahia, e Marta Suplicy, potencial ministra da equipe do segundo mandato.

Não será, porém, uma tarefa simples. Lula deu a entender que, se necessário, não hesitará em apoiar um candidato de fora de seu partido. Citou o deputado Ciro Gomes (PPS-CE). Seja quem for o candidato, petista ou não, só terá chances efetivas, acredita Lula, se for hábil o bastante para construir em torno de si uma aliança pluripartidária que inclua o PMDB.

Lula não deixou dúvidas quanto à vontade que tem de chegar a 2010 como um grande eleitor. Condicionou a capacidade de influir na própria sucessão ao comportamento da economia nos próximos quatro anos. Ele se disse convencido de que o PIB irá crescer a médias superiores às registradas na última década. Não falou em percentuais.

Uma das pessoas que ouviram o presidente animou-se a provocá-lo, em tom de brincadeira. Disse que, se o país crescesse de forma consistente, Lula seria imbatível em 2010. Foi nesse ponto, segundo relato ouvido pelo repórter, que Lula afastou a idéia. Chegou mesmo a dizer que o Brasil não é a Venezuela. Uma alusão à decisão de Hugo Chávez de instituir em seu país a reeleição perpétua.

O presidente declarou, na seqüência, que se considera bem de saúde. Disse que, derrubada a reeleição, o próximo presidente teria “apenas” quatro ou cinco anos de mandato, a depender do prazo que vier a ser fixado na hora em que a constituição for modificada. Quem o ouviu ficou com a nítida impressão de que Lula cultiva o sonho de retornar ao Planalto na sucessão do seu sucessor.
Escrito por Josias de Souza

Thursday, February 01, 2007

Aperto fiscal de Lula é o dobro do governo FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Folha de S. Paulo
1/2/2007

Ao longo do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), o superávit primário do setor público (União, Estados, municípios e estatais) atingiu R$ 331 bilhões, quase o dobro dos R$ 158 bilhões de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).Mesmo quando se compara a economia feita com o PIB de cada período, o aperto do petista ainda foi maior: entre 2002 e 2006, o superávit primário correspondeu a 4,50% do PIB, ante 3,58% do segundo mandato de FHC.Os gastos com juros também aumentaram no governo Lula, mas num ritmo menor. Essas despesas somaram R$ 591 bilhões (ou 8,04% do PIB) nos últimos quatro anos, contra R$ 204 bilhões (6,35% do PIB) e R$ 366 bilhões (7,92% do PIB) do primeiro e segundo mandatos de FHC, respectivamente.